quinta-feira, 17 de maio de 2012

Por que o vinho previne doenças do coração?




Químicos e farmacologistas se debruçaram sobre o vinho para descobrir o que havia ali dentro que determinava a proteção dos vasos e do coração. Uma primeira conclusão foi fácil de ser alcançada. Os estudos epidemiológicos mostravam que quando indivíduos que bebiam rotineiramente vinho branco eram separados daqueles que bebiam vinho tinto, o segundo grupo apresentava resultados ainda mais eficientes em termos de proteção cardiovascular. Então deduziu-se que as substâncias que dão cor ao vinho chamadas de procianidinas deviam ser as grandes responsáveis.

Efetivamente as procianidinas estão em mais quantidade no vinho tinto e em padrões de ligação entre duas e três unidades - chamadas de dímeros e trímeros - justamente as mais ativas, em comparação com as formas monoméricas (de apenas uma molécula isolada) do vinho branco. Procianidinas do vinho tinto, além de poderosos antioxidantes, protegem a parede dos vasos, evitando a formação de um tipo de célula conhecida por "esponjosa", que é o primeiro passo na formação da aterosclerose.

Mas os resultados dos estudos sugeriam que deveriam haver outras substâncias benéficas na uva, além das procianidinas, e os pequisadores começaram a procurá-las. No início da década de 90 se isolou uma substância chamada resveratrol, já conhecida dos químicos há uns cinco anos, mas cujas ações na saúde humana, na época, ainda eram pouco estudadas. Ao longo dessa década foi sendo descoberto que o resveratrol não só aumenta o potencial de prevenir a aterosclerose das procianidinas, como também atua direto nas células cardíacas, protegendo-as durante a falta de oxigênio, como também em situações onde ocorrem arritmias. Ou seja, alterações patológicas do ritmo do coração. O resveratrol ainda relaxa os músculos lisos das artérias contribuindo para prevenir ou tratar hipertensão.

Esses efeitos benéficos são tão significativos que a indústria farmacêutica está usando a molécula do resveratrol como modelo na busca de novas drogas cardiológicas, que obviamente eles pretendem patentear e vender por um preço muito salgado. Enquanto isso os pesquisadores mostraram que a concentração de resveratrol no vinho é bem maior que na uva, porque durante a fermentação para o vinho há um processo metabólico que favorece sua concentração e formação. Com isso ficou explicada a incrível potência do vinho em prevenir as doenças do coração.

Os benefícios não terminam aí. As substâncias que protegem o coração, assim como outras que encontramos no vinho - flavonoides e taninos derivados do ácido elágico - todas têm uma atividade protetora do DNA e atuam evitando o surgimento de células cancerosas. Esse é um dos motivos que cientistas usam para explicar as também baixas taxas de casos de câncer nas populações mediterrâneas.

Contudo nem tudo em relação ao vinho são flores. Para colher seus benefícios, é necessário beber apenas um a dois cálices por refeição. Quando se abusa do vinho o efeito nocivo do álcool neutraliza o dos polifenois. Também devemos evitar vinhos de má qualidade. Eles são ácidos o que favorece a oxidação das substâncias benéficas. Alem disso pode conter nitratos - colocados como conservantes, que são tóxicos e causam dores de cabeça. Os nitratos também neutralizam os efeitos benéficos das procianidinas.

Fonte:http://www2.uol.com.br/vyaestelar/medicinacomplementar.htm

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